Festa de Iemanjá une sagrado e profano em celebração à Rainha do Mar em Salvador
Baianos e turistas lotaram o bairro do Rio Vermelho para homenagear a orixá neste domingo (2). Data marca o aniversário de 103 anos da festa.
Na Bahia, não é novidade que o sagrado e o profano se misturam. E não poderia ser diferente no Dia de Iemanjá, celebrado neste domingo (2), no bairro do Rio Vermelho, em Salvador, onde baianos e turistas se unem para homenagear à Rainha do Mar. Este ano, a festa completa 103 anos e tem como tema “Renascer com as Águas de Iemanjá“.
Enquanto de um lado da rua toca Ijexá — ritmo originário da cidade de Ilexá, na Nigéria, que expressa a ancestralidade, a identidade e a resistência dos adeptos do Candomblé —, em outro ponto da rua, o som que embala o público é um samba.
É nesse clima de celebração que milhares de pessoas aproveitam para saudar a Rainha do Mar. Entre adeptos das religiões de matriz africana e admiradores da festa, estava a jornalista Caroline Xavier, que frequenta o evento desde criança com a família.
“Em 2019, fiz uma promessa e se essa promessa se concretizasse, eu iria vir vestida em homenagem a Iemanjá e, desde 2020 [exceto 2021 por conta da pandemia da Covid-19], que eu venho vestida como ela”, contou ao g1.
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Caroline Xavier frequenta a celebração desde criança com a família — Foto: Joilson César/Ag. Picnews
Neste ano, a jornalista reaproveitou um vestido que já havia usado anteriormente, porém incrementou a roupa com pérolas, criou uma nova tiara e outra decoração para o espelho. Tudo isso com a ajuda da mãe e da irmã. Questionada sobre a importância da festa em sua vida, Caroline não conseguiu conter a emoção.
“Essa festa significa tudo para mim. Iemanjá é tudo na minha vida, eu não consigo nem falar [sem me emocionar]. Eu amo Iemanjá, ela é minha mãe, que me protege”, disse.
Quem também sempre marca presença no Dia de Iemanjá é a baiana de acarajé Jurivina da Silva, que faz “axé” para as pessoas que frequentam a festa.
“O axé significa proteção. Primeiro uso as folhas para tirar a quizanga [eliminar as energias negativas], depois vem o banho da fartura, que pertence a Oxóssi, Logun Edé, Ogum e Iemanjá. Depois vem o banho de Iemanjá, que tem água benta com alfazema e água de folhas”.