Governo da Bahia se preocupa com escalada de fake news e cria novo canal para denúncias

Usuários podem mandar mensagens de texto, áudios, imagens ou vídeos pelo WhatsApp, no número (71) 9646-4095

Reportagem publicada originalmente no Jornal da Metropole em 26 de janeiro de 2023

É falsa a informação que relaciona a polícia militar da Bahia a confrontos envolvendo manifestantes em frente a quartéis militares. A Embasa não está sendo privatizada. E o vídeo que supostamente mostra um esgoto na praia da Barra, na realidade registra água proveniente da chuva. As informações falsas, compartilhadas em aplicativos de mensagens e redes sociais, são desmentidas pelo governo estadual na plataforma “Bahia contra o Fake”.

As fake news, popularizadas nacionalmente na eleição de 2018, têm preocupado o secretário estadual da Comunicação, André Curvello. Nesta semana, o governo do Estado ampliou as ações de combate à desinformação com mais um canal para denúncias de notícias falsas e conteúdos enganosos. Os usuários podem mandar mensagens de texto, áudios, imagens ou vídeos pelo WhatsApp, no número (71) 9646-4095.

As informações enviadas são analisadas pela equipe da Secretaria de Comunicação Social do Estado (Secom) e encaminhadas para os órgãos competentes. Após a apuração, os esclarecimentos são feitos por meio da seção “Fato ou Fake” do portal online Bahia contra o Fake.

Meios de compartilhamento

As fake news são pensadas para viralizar, seja no Twitter, Facebook, Youtube, seja nos aplicativos de mensagens, como o WhatsApp e o Telegram, e dificultar o máximo possível a sua rastreabilidade.

Uma matéria da Metropole mostrou que, na Bahia, os grupos de Whatsapp que foram usados pelo deputado federal João Roma (PL) durante sua campanha para governador da Bahia, no último ano, se tornaram espaço para compartilhamento das notícias falsas.

No grupo para moradores de Luís Eduardo Magalhães, no oeste do estado, os usuários compartilham mensagens que afirmam que “um número alarmante de pessoas vacinadas está desenvolvendo sintomas como a AIDS” — informação já desmentida.

O jornalista Guilherme Reis, que conduziu uma pesquisa sobre as Fake News na Bahia, afirma que, durante a pandemia da Covid-19, identificou fake news que tentavam atingir o governo da Bahia principalmente no que se refere às medidas de combate. A iniciativa do Bahia contra Fake News, então, focou em desmentir conteúdos sobre a Covid-19.

Segundo o pesquisador, porém, ainda há dúvidas quanto à eficácia, uma vez que a checagem não tem o mesmo alcance de uma fake news.

Agora, com a polêmica envolvendo o povo indígena Yanomami, um tipo de informação falsa compartilhada em grupos de direita é que “60% da reserva Yanomami está na Venezuela”. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) chamou a crise de “farsa da esquerda”.

No primeiro semestre de 2020, o então governador Rui Costa sancionou uma lei para multar quem produzir e compartilhar fake news sobre epidemias, endemias e pandemias. Segundo a lei, todo mundo estaria sujeito a punição, até mesmo o famoso “tio do zap”. Reis, entretanto, afirma que a pandemia já vai completar três anos e a medida não parece ter sido muito efetiva.

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